Lembranças de Emergência

Posted By on set 29, 2012 | 1 comment


Somewhere inside me there’ll always be the person I am to-night.
― F. Scott Fitzgerald, Tender Is the Night


E daí a gente fica triste porque o dia ficou triste. Daí a gente acha que tudo é triste, e coloca uma música triste pra combinar.

E daí a gente lembra. Abre o baú dentro da cabeça e vai tirando de tudo. Até o que não tem importância.

E daí a gente acha. Aqueles instantes que tinha guardado pra uma emergência. Aquelas cenas tão antigas que a gente quase esqueceu. Tão bonitas, do seu jeito, que nem parece que foi com a gente. Mas foi.

E daí a gente lamenta a nostalgia. Como se o passado fosse tudo que restou. Um passado melhor e mais bonito que o hoje, só porque ganhou aquele charme desbotado.

E daí que hoje eu lembrei. Guardei janeiro de 2001 justamente pra isso. Pra lembrar. Gravei na memória do jeito que dava porque janeiro de 2001 já aconteceu avisando que não teria depois. E daí eu pensei que se mais nada me acontecesse, eu sempre lembraria de janeiro de 2001.

Muitas coisas já aconteceram. Muitas vão acontecer. É assim com todo mundo. Questão de lógica.

Mas hoje eu vou ficar um pouco em janeiro de 2001.

Lembranças a gente junta pra lembrar mesmo: pra te deixar vaidoso com a própria biografia, pra te culpar pela repetição de alguns erros ou até pra te ameaçar com o medo de um futuro menos interessante.

E daí?

&

O Poder das Palavras
Conselhos da Cidade

1 Comment

Deixe uma resposta para Isolda Bourdot Cancelar resposta

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *