Eu disse que não ia falar sobre o natal. Mas quebrar a palavra é bom para subverter a ordem. Você sabe realmente qual a origem do Natal? Tem certeza? Dica: não tem nada a ver com o nascimento de Cristo.
Quando, exatamente, Cristo nasceu ninguém tem certeza. Mas não foi em dezembro!
Acontece que à medida em que o cristianismo foi se expandindo era necessário, não apenas converter os pecadores pagãos, mas também mudar hábitos, fazer uma releitura de costumes. Em dezembro, entre os dias 17 e 22, os romanos celebravam a Saturnália, um tipo de rave em latim.
A Saturnália tinha a interessante proposta de eliminar as limitações de classe, promovendo a libertação temporária de escravos, e envolvia todos os cidadãos. A troca de presentes fazia parte dos rituais, como uma homenagem a Saturno.
É claro que, como em festa romana que se preze, a coisa não parava por aí. Dizem que o lema “Nadie es de nadie” (algo como “ninguém é de ninguém“) era lei e se você se atrasasse para uma orgia, era só pegar a próxima.
Em teoria, nosso natal é mais revolucionário. Ele serve pra celebrar o aniversário e relembrar as idéias de um cara muito louco, um radical de esquerda, que viajou numa utopia de que todos são iguais, Deus não guarda rancor e dispensa presentes, e adaptou o “ninguém é de ninguém” para “amai uns aos outros”, que é ligeiramente diferente.
Bonito, mas complicado demais. Ainda bem que não pegou!
Boas compras e feliz Saturnália!
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