Cortem-lhe a cabeça!

Posted By on jul 14, 2010 | 0 comments


O povo daqui é grande apreciador de revoluções. De uma, em especial, eles gostaram mais: a francesa. Diz a lenda que foi uma revolução popular, do povo para o povo, pela liberdade.

Fui verificar. Decepção. Parece que o povo não sabia de nada. “Révolucion? Où?”, disseram. Mas até curtiam uma decapitação na praça. Um tipo de reality show com celebridades “reais” e de graça. A balada da vez.

A bagunça começou porque a burguesia rica queria uma vida de rainha. Já a rainha (que tinha estourado o cartão de crédito) estava quase vendendo brioches de tão quebrada. O lado burguês gritou: “Cortem-lhe a cabeça!” e foi a festa. “Tudo sangue azul”, disse alguém. “Tem que morrer mesmo”.

Pouco depois, o grito de comando se repetiu, mas do lado adversário. Quando as primeiras cabeças burguesas rolaram, o povo notou, frustrado, que o sangue burguês também era vermelho. Sangue é sangue, isso nunca muda.

E, ao que parece, cabeças também não.

Prá Frente, Brasil!
Não urucarás!

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