Está na hora de escrever sobre o natal: excesso de consumo, esquecimento do sentido da data, enfeites na cidade, os sem-natal, receitas light de peru, blá, blá, blá. Vou falar de outra coisa. Quero saber se você já arrumou as malas pra viajar. Você vai viajar, imagino. Todo mundo viaja.
Mudar de ares é bom. Viajar é uma experiência. É claro que isso pode ser feito em finais de semana, feriados, férias. Mas de acordo com os códigos sociais os deslocamentos são obrigatórios no final do ano. Não se brinca com códigos sociais. O que você vai dizer em janeiro? “Fiquei por aqui, coloquei a vida cultural em dia, aproveitei a cidade mais vazia…”. Menos subversão, por favor.
Viajar é tão importante nessa época, que até quem já está viajando, viaja. Quando eu morava no Rio de Janeiro, o sonho de turismo brasileiro, os nativos me repetiam: “não vejo a hora de poder, finalmente, viajar, ‘pegar uma praia’, ver gente, curtir o verão, os fogos”.
E então? Em que fila você vai passar as festas? Além das muitas opções (tem fila para o que você quiser), as filas de fim de ano são oportunidades de renovação dos laços sociais. Tem a fila da estrada, do posto de gasolina, dos mercados, das atividades turísticas. É uma rara chance de conhecer pessoas que, como você, também amam os tumultos, os atendimentos demorados, o calor das aglomerações, os shows populares das praias, os engarrafamentos (dá uma sensação familiar). É só soltar um “fila grande, hein?”. E é o começo de uma nova amizade ou de um amor eterno.
O importante é seguir o fluxo. “Vai ter mais gente te seguindo na estrada do que no twitter”, como disse meu amigo Paulo Faiock, de quem roubei mais uma piada.
Para os que partem, boa viagem. Eu vou estar por aqui. Movimentos migratórios de fim de ano são adoráveis, mas ainda curto um contra-fluxo. Tem doido pra tudo.
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