Cá entre nós, existe mesmo vida após a morte? Lá no fundo, você tem certeza? Nirvana, nosso lar, purgatórios dantescos… Tanto faz a versão. Mas a vida: existe ou não? Essa dúvida tem sido uma fonte de tormentos e angústias desde que aprendi a pensar. Logo pensei: existo?
Eu tenho mais o que fazer sim. Mas minha vida mundana se alimenta dessa conexão com o invisível. Preciso sentir que há alguém on-line do outro lado. Minha recarga diária se dá via transcendência. Nada aqui me basta e nessa fome eterna de Deus preciso atribuir sentido a tudo que faço. Chato isso…
Pesquisei demais. Fiz viagem astral, regressão a minhas vidas passadas, regressão a vidas passadas dos outros, fiz cirurgia espiritual, vi meu avô algumas vezes, ouvi vozes, estudei oráculos, vi dois OVNIs, me enrolei por labirintos esotéricos e acabei astróloga.
Mas de um ponto de vista lógico, tudo pode ser contestado. Eu sei que pode. Pesquisei isso também, via neurociência e History Channel.
E agora? Existe ou não existe?
E estava eu entretida com minha angústia existencial quando fui interrompida por uma disputa doméstica sobre “quem pegou o brinquedo de quem”. Tentei (juro!) explicar a eles que o DVD do Shrek não era nada diante dos mistérios de Deus e da existência. Eles ficaram em silêncio e o mais velho, de 4 anos, disse: “Mamãe é maluca”. E começou a rir.
Fiquei observando aqueles dois. Tão diferentes entre si, com 2 e 4 anos, respectivamente, e com idéias próprias, gostos individuais, personalidades que não tiveram tempo de se tornar tão complexas como são.
Metade da charada está resolvida. Após a morte, fica em aberto. Mas da vida antes da vida, não duvido mais.
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