Praga, se for daquelas bem rogadas, pega! Dizem. Mas praga é uma coisa assumida, pública. A uruca parece com a praga, mas é mais perigosa. É uma praga invisível. Uma praga postada em anônimo. Uma praga inconsciente. E praga no escuro também vale?
Eu sempre achei que não. Sou otimista e confio cegamente no narcisismo humano pra achar que alguém poderia perder tempo me sabotando. Por isso nunca liguei para aqueles conselhos clássicos, como “Não conta, que dá azar. Não conta pra não atrair…uruca!”.
Hoje eu tive uma frustração. Nada grave. Um projeto estava agendado pra ser definido, levou meses de espera, e algumas horas antes a reunião foi cancelada. Ok, tentaremos remarcar. Mas esse fato me fez pensar: e se foi a tal da uruca? Comecei a repassar os últimos acontecimentos e avaliar as coisas que deram certo e as que deram em nada.
Coincidência ou não, os planos que vingaram foram os pouco comentados. E os que eu celebrei por antecipação, foram misteriosamente interrompidos. Uruca! De quem, não sei.
Nem o culpado sabe. Quem joga uruca tem razões diversas e nem percebe que está torcendo contra o sucesso de alguém. Mas será que isso existe mesmo?
Ironicamente, a resposta chegou antes que eu terminasse esse texto. Calhou que eu passasse por uma situação (dia longo esse!) em que a minha vaidade foi ameaçada, alguém passou à minha frente numa coisa boba, mas que eu queria porque queria! Eu não disse nada, e a praga que eu não roguei, a praga reprimida somatizou em… uruca! Em questão de meia hora, a tal pessoa teve um contratempo inexplicável que estragou justamente o que tinha me incomodado. Uau! De vítima, passei a Carrie, a rainha da uruca.
O fato é que energia pega. E se o milagre é o inverso da uruca, seria bom se usássemos nossos super poderes de outro jeito. A gente chega lá.
Mas por enquanto, acho melhor levar minha vida como um agente secreto.
SIGA-ME!