Sem Problemas

Posted By on abr 30, 2010 | 0 comments


 

Recentemente li uma dessas colunas de comportamento com dicas profundas para melhorar nossas pequenas vidas modernas. Era uma dessas que você lê meio envergonhado, que ensina coisas como aumentar a produtividade no trabalho, prezar por sua qualidade de vida e a última moda em catástrofes: salvar o planeta da extinção.

Uma dessas colunas recomendava que, para ter sucesso, a regra era se afastar de pessoas com problemas. O choro alheio incomoda. Problemas atraem problemas. A tristeza é contagiosa e você não é terapeuta de ninguém. Dá pra ser um narciso bem-sucedido e continuar na moda da solidariedade. Dá pra conciliar. É só continuar focado em si mesmo e, nas horas vagas, reciclar um lixo, enviar leite em pó para os desabrigados e xingar um fumante de vez em quando. Solidário, sim. Pero no mucho.

E o que era uma teoria interessante pude comprovar na prática.

Recentemente uma amiga próxima enfrentou um abalo pessoal de estremecer as paredes. Meio avessa aos manuais de bom comportamento, ela fez uma matemática simples: acabou o amor, acabou o casamento, e se separou. Separação em si já é um dramalhão que a gente prefere ver de longe. Mas a dela teve alguns requintes de novela das oito: trabalho instável, má fase financeira e dois filhos pequenos que, poupe-me, só mãe pra encarar. O resultado foi um conto dramático onde ela foi buscar meios de se reestruturar.

Mas minha amiga não lê colunas de comportamento e seu primeiro impulso foi procurar os amigos. Modernos e descolados, eles sabem que gente com problemas é gente chata. A dor alheia é vírus de gripe suína: dizem que pega. Se dizem, deve ser verdade. Por isso, espero que ela compreenda alguns eventuais silêncios de sua lista de contatos. Quando a crise passar, ou quando o astral da sua vida melhorar, minha amiga, vamos comemorar. A bebida é por nossa conta! Afinal, pra que servem os amigos?

Mas problemas, bastam os nossos!

 

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