Em janeiro de 2007, minha mãe chega com um pedido singelo.
– Eu vou participar do programa “Sem Censura” e queria levar algum material visual pra promover o CD, tipo um vídeo clipe da música “Outra Vez”. Será que dá tempo?
Na época, além do nosso trabalho no selo Toca Disc, eu também trabalhava com vídeo. Sim, a gente poderia pensar em alguma coisa.
– Quanto tempo a gente tem?
– O programa é ao vivo, depois de amanhã.
Produzir e finalizar um vídeo clipe em 24 horas era impossível. Mas a gente não sabia disso, então fizemos.
Naquele dia mesmo, pensamos em uma ideia simples de roteiro, algo que refletisse a história da música. Isso foi fácil. Bastou contar a verdade. Alguém começa a relembrar um antigo amor por cartas, fotos, discos, lembranças guardadas em um baú. As lembranças provocam uma saudade boa, do tipo que a gente gosta de ter. Essa saudade inspira uma música e o clipe terminaria com imagens reais do estúdio onde o CD foi gravado. Essas imagens eu já tinha, o que poupava tempo de gravação. Faltava pensar em como contar essa viagem nostálgica.
Mostrar a verdade foi a solução mais uma vez. Passamos a tarde seguinte gravando em casa, lembranças reais de um baú real, e o fim do dia captando imagens de locais onde parte da inspiração para a música de fato ocorreu.
E foi durante a noite que tudo se juntou. Do jeito que dava. O preto e branco tentando sugerir os flashs do passado, e as imagens a cores trazendo a história para os dias de hoje.
Na manhã seguinte, o clipe mais rápido do oeste ficou pronto e foi ar. Uma produção quase caseira, íntima, mas com a mesma verdade da música que o inspirou.
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