Começo do ano 2000. Numa madrugada meio triste, fugi para o meu lugar preferido na Internet: Humor Tadela! Poucos cliques depois eu já estava animada de novo. Era sempre assim. Mas naquela noite eu resolvi “falar umas verdades” para quem quer que estivesse por trás daquilo.
Mandei um e-mail, daqueles de tiete mesmo, e acrescentei que seria o máximo um dia trabalhar com eles! O desabafo impulsivo da madrugada virou uma entrevista, que virou uma proposta, que virou um trabalho provisório respondendo milhares de e-mails dos leitores, que depois virou oficialmente meu primeiro emprego como redatora!
Há quem pense que trabalhar em um portal de humor é só diversão. E a gente se diverte, sim. Mas na maior parte do tempo era um trabalho sério, exaustivo, com prazos. Como conseguir fazer rir, todos os dias, das 9h às 18h? Uma parte é puro treino. Você acostuma a ver os acontecimentos como cenas de pastelão. Tudo pode ser engraçado. Especialmente as desgraças. Afinal, o humor nasce sempre da dor de alguém.
Ter feito parte do HT não é uma experiência que termina. Quem viveu, sabe: você sai do HT, mas o HT nunca sai totalmente de você.
O HT continua comigo nas fotos, nas pessoas que acabaram se tornando pra mim amigos definitivos, como Paulo Faiock, Babi, Penélope e outros mais. Continua na minha vida profissional quando eu me envaideço pra dizer: “Sabe, quando eu fui redatora no HT…”. Continua na minha visão debochada do mundo que me ajuda a rir até de mim, mesmo quando eu estou chorando. Continua naquelas horas de flash-back em que a gente relembra nossos melhores momentos. Continua no hábito de negritar partes do texto…rs
Quando eu li a matéria no Estadão (clique aqui para ler a entrevista) contando sobre o fim do HT eu achei que ficaria triste. Mas sabe que nem tanto? O HT sempre foi bom de timing. Se antecipou como portal de humor, antes de ser moda. Abria espaço para experimentos humorísticos, como o “HT Mulher”. Se fechou agora, é porque não podia ser antes. Nem depois.
Tudo que eu posso dizer é parabéns, missão cumprida! E sempre vou achar o máximo dizer que eu fiz parte disso!
P.S.: E aí, Sérgio? O texto ficou bom ou quer que eu escreva de novo?
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